O resultado é bom e pode ser atribuído em boa parte ao desempenho de Rafael Cortez, à vontade na apresentação, e à produção, que lotou um teatro com mil lugares e produziu bem cenografia e elementos técnicos. O que falta ao “Got Talent Brasil”, no entanto, é apostar mais nos participantes e não no júri. A maioria dos programas do gênero trata de apresentar a história dos candidatos – sejam eles aprovados ou não – de maneira a despertar a torcida ou pena do público. Da maneira que foi mostrada, a tração da
Record preferiu priorizar o corpo de jurados a dar a quem assiste motivos para simpatizar com os competidores. Os poucos VTs mostrados não ajudaram a criar um clima quente.
Quanto ao júri, Milton Cunha roubou a cena e já desponta como figura polarizadora de opiniões. Detalhista ao extremo, o carnavalesco assumiu a persona mais exigente em contraste a Sidney Magal e Daniela Cicarelli, que foram menos assertivos em seus julgamentos. É cedo para julgar, no entanto, baseado em apenas um episódio, como a competição irá se desenrolar. Esta, aliás, é outra ressalva que precisa ser feita: faltou explicar melhor as etapas do programa ao espectador. Mas, a julgar pelo ótimo apresentador e pela qualidade técnica, o “Got Talent” tem nas mãos as armas de montar uma bela batalha.