PaPePiPoPu é um dos cinco programas especiais que serão exibidos no fim do ano na Record, em comemoração aos 60 anos da emissora. A reportagem do R7 acompanhou uma tarde de gravações, nos estúdios do Recnov, na zona oeste do Rio de Janeiro. No elenco estão Gianne Albertoni, Cassio Scapin, Sandro Rocha, Stela Freitas, entre outros. Com texto de Antonio Guerreiro e Rosana Hermann, o especial foi realizado em parceria com a produtora independente Dois Moleques, o diretor-geral da atração, Pedro Antonio, explicou essa união de esforços ao se fazer humor na TV aberta.
— O desafio de fazer comédia em TV aberta, principalmente, é que você não pode só entrar nas suas inspirações artísticas, você tem que fazer com que o espectador também embarque naquela viagem, que é montar uma história para fazer rir. Tem que adequar esses dois mundos o tempo todo.
Em um mundo de ficção, no qual a história se passa, tudo é possível. No humorístico, o PaPePiPoPu (Partido dos Personagens de Piadas Populares Públicas) e seus adeptos decidem se revoltar para conscientizar a população sobre o abuso que vem sofrendo, há décadas. Rosana Hermann e Antonio Guerreiro explicam que o texto nasceu com a ideia de montar uma história com personagens de piadas famosas. Rosana diz ainda que não se trata de uma comédia declarada.
— Partimos da ideia de usar personagens que todo mundo conhece, que fazem parte do nosso repertório de piadas populares, para que eles falassem sobre humor pela gente. O PaPePiPoPu não é, exatamente, um texto de comédia, ele é um exercício de ficção sobre personagens populares do nosso repertório de piadas. Como em qualquer história, o texto para TV só fecha o circuito da graça, na medida em que ele é materializado, encenado, dirigido, editado e, finalmente, assistido.
Sobre a direção, Pedro conta que buscou inspirações no cinema para finalizar o projeto.
— Essa é uma história que mexe com dois mundos: o mundo dos personagens e o mundo policial. Então, eu fui buscar referências no filme Dick Tracy, por exemplo. Eu coloquei uma paródia desse mundo policial. Então, você tem um delegado, que não é exatamente um delegado que se está habituado a ver, você tem a mocinha, tem o capanga e o herói. Essa paródia permite brincar mais.
O diretor disse ao R7 que, para o elenco, ele optou por atores de comédia e não comediantes.
— Eu trouxe do meu universo atores de comédia, porque eu acho que temos que trabalhar com atores de comédia e não com comediantes, porque são personagens e não contadores de piada, isso faz diferença. A Gianne Albertoni tem uma pegada de comédia que vocês não vão imaginar que ela tenha. O [Cassio] Scapin que tem toda aquela coisa do universo de fantasia e do ator que funciona muito bem. Os atores estão se dando muito bem [nos bastidores].
Gianne Albertoni revelou ao R7 que os atores têm incorporado os personagens até fora das gravações. Albertoni na trama dá vida a uma “loira burra”, com visual ao estilo Marilyn Monroe.
— É muito divertido; a gente não para. Estamos até tendo um problema porque a gente incorporou o personagem até mesmo fora das gravações [risos]. É muito engraçado, é muito bom dar vida para os personagens que a gente conhece desde pequeno.
A loira disse ainda que o texto da produção permite muita liberdade de criação.
— Estamos tendo muita liberdade com o texto, a comédia permite isso, você sente o momento, sempre vai ter uma coisa ou outra [para você colocar]. Você tem que ter um bom diretor, para ver se está dentro do contexto ou não. O Pedro está sendo sensacional, dominar dez atores em cena é muito difícil, principalmente em comédia que tem muito “time”.
Cassio Scapin, que interpreta o professor Hipócrates, em PaPePiPoPu, disse que o humorístico vai trazer para a TV uma discussão do politicamente incorreto.
— PaPePiPoPu traz a discussão do politicamente incorreto. As piadas que temos são todas trabalhadas em cima disso, piada com o bêbado, com a loira, da sogra, é sempre falando de uma perspectiva crítica pejorativa dentro de determinados comportamentos sociais. É um pouquinho disso que a gente está discutindo, esses personagens vindo reclamar de uma tradição que está sendo deixada à parte.
O que fascinou Scapin foi o texto do especial.
— Eu li o texto em casa e comecei a imaginar como seria feito. As piadas que a gente está contando são, inclusive, já conhecidas e você reconta de uma maneira que ela volta a se tornar interessante. É um pouco a reclamação que tem o PaPePiPoPu, eles tentam tomar de volta o seu lugar ao sol.
Ainda sobre o texto, Rosana e Guerreiro deixam claro que se divertiram fazendo e esperam que o público tenha a mesma sensação assistindo.
— Se o resultado do episódio fizer alguém falar de humor, pensar em humor, refletir sobre as piadas, sorrir ou rir, pra nós já valeu. A gente se divertiu fazendo, agora só falta alguém se divertir assistindo!
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